O câncer de ovário, apesar de raro, é a segunda neoplasia ginecológica mais frequente, perdendo apenas para o câncer de colo de útero. Pode acometer mulheres de todas as idades, mas é mais comum em mulheres acima dos 40 anos de idade.
São de crescimento lento e normalmente não apresentam sintomas nos estágios iniciais, estes costumam surgir quando a doença já está mais avançada, e mesmo assim não são muito específicos. Podem se manifestar como dor abdominal, constipação, aumento do volume do abdome, desconforto digestivo, prisão de ventre ou diarréia, dispepsia, entre outros.
Existem três tipos principais de câncer de ovário:
1) Tumores Epiteliais
É o tipo mais comum e mais agressivo de tumor no ovário. Se iniciam a partir das células que revestem a superfície externa do ovário, são os adenocarcinomas.
2) Tumores de Células Germinativas
A maioria dos tumores nas células germinativas são benignos, mas, alguns casos se tornam malignos, podendo disseminar para outros órgãos. O câncer nas células germinativas é raro, representando apenas 2% dos tumores desse tipo no ovário.
3) Tumores Estromais
Extremamente raro, os tumores estromais representam apenas 1% dos cânceres de ovário. Quando ocorrem, afetam normalmente as mulheres acima dos 50 anos de idade.
Os principais fatores de risco do câncer no ovário são os fatores genéticos (histórico familiar), avanço na idade, nunca ter engravidado / infertilidade, menstruação precoce (antes dos 12 anos de idade), terapia de reposição hormonal, síndrome dos ovários policísticos, tabagismo e obesidade.
O diagnóstico, infelizmente, é feito normalmente após o início de sintomas, os quais só ocorrem em estágios mais avançados. A tendência é que os sintomas só apareçam quando a doença já disseminou para o peritônio (local mais frequente de disseminação). Quando detectado precocemente, normalmente é por “sorte” de ter sido achado em algum exame por outro motivo. Atualmente não existem exames de rastreio populacional eficazes na detecção precoce. Quando há a suspeita ou risco aumentado do seu desenvolvimento, é sempre necessário um exame físico completo, exame de imagem pélvico (ultrassom ou ressonância), exames de sangue e eventualmente um procedimento cirúrgico para a remoção do ovário e biópsia. É sempre importante lembrar que o exame de Papanicolau não detecta o câncer de ovário.
A base do tratamento é a cirurgia, sendo este procedimento muito variável de acordo com o caso. Pode abranger desde uma simples remoção dos ovários e útero, até um procedimento cirúrgico extenso para a remoção de toda a doença presente no peritônio ou órgãos acometidos. Normalmente há a necessidade de realização de quimioterapia também, podendo ser indicada antes, durante ou após o procedimento cirúrgico. A taxa de sucesso com o tratamento e controle ou cura da doença é maior com um tratamento adequado, realizado por uma equipe multidisciplinar incluindo oncologista clínico e cirúrgico.
Algumas medidas são consideradas protetoras para o câncer de ovário, como: amamentação, uso de anticoncepcionais por mais de 5 anos, evitar obesidade e tabagismo. O mais importante sempre é manter hábitos saudáveis como alimentação, prática de exercícios físicos e um sono adequado.